sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Licor de Amoras



O sol aquecia os silvados
e só mais tarde colhíamos as amoras
rente aos muros dos dedos

As borboletas pareciam afastar-se
mas ficavam
olhando as nossas mãos tingidas

Só as aves, como nós, sorriam
na exacta hora da partida
e o licor bebiam,  das amoras.



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O nome do fruto

Junto ao rio o nome do fruto
estendia-se pelo orvalho das manhãs
e o preconceito advertia o olhar:
essa tarde era de vontades proibidas.

As horas passaram desenhando pecados
que nunca o foram pelo fruto
ou esse desejo louco - O meu
que te segurava os seios com mãos.

Junto dos dos salgueiros
só me deste os lábios carnudos 
mas o fruto ainda estava proibido.