quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Para 2010

Um Bom Ano pode ser:

Fim aos políticos corruptos
fim à falência das empresas
fim ao desemprego
fim aos pequenos e grandes ditadores
fim à fome no mundo

Um Bom Ano pode ter:

melhor Justiça
melhor Saúde
melhor Educação
melhores Condições de Vida
e de Trabalho

mais Liberdade
mais Democracia
mais Igualdade.

Afinal... tão pouco.
São estes os meus votos para 2010

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sobre a Sombra

com o olhar selvagem
como o de um lince
um operário vigia um flashe de sombra

roubaram-lhe o salário
e o sorriso

o olhar leva na algibeira a agressão dos dias
e morre no estupor de uma mesa
onde burgueses fazem festa rija

agora como o de um lince
o olhar perde-se pela sombra
à espera do sol à espera de si
à espera do seu dia

sábado, 26 de dezembro de 2009

É uma Festa!...


Dia de Natal. Ainda o sabor às rabanadas, junto ao Pinheiro
e a  notícia chegava cedo a Lausanne, pela RTP internacional:
Em Braga subiram as vendas dos carros de luxo!
Só a Porsche, em Dezembro, vendeu mais 25%.

Pergunto: Na compra destes carrinhos, não teria ido
o salário de seis meses e o subsídio de Natal
de milhares de operários que laboravam em empresas que faliram?
Óh, meu Deus, e quantos deles não tiveram Natal!

Oiçam, quem respondeu, até hoje, por crime de Gestão Danosa?
Não me lixem...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Um Rio de Neve

A cidade é branca
um rio de neve
e um pinheiro iluminando a montanha

no rosto das crianças
uma expressão de Natal
e um olhar de presépios
voa por sobre as árvores.

um rio de neve
um velho perdido na cidade
sem prendas para dar
à mais pobre das crianças
um gesto que registe em água
esta breve passagem
um raio de sol desmaiado

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Poema à Coragem



amanhã
logo pela manhã
não haverá mais cínicos
nem trastes lavados
que te proíbam de escrever
Sahara Ocidental

amanhã
cairão todos os cobardes
todos os hipócritas
e nunca provarão o voo
da gaivota solta sobre as águas.

amanhã
Aminetu Haidar
logo pela manhã
o grito será infinito
e não haverá cinismo
que proíba o regresso à tua terra
ou faça esquecer a tua luta.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Duas Quadras Soltas

Um dos maiores poetas populares alentejanos,
que nos deixou amizade e admiração,
Joaquim Luís Ramos (O General)
nasceu em Alqueva, Portel, a 26 de Maio de 1926.
Entre nós, a sua obra está publicada em livro
com o título “Poeta Popular”, edição de família,
e participou na colectânea “Poetas de Cá”
edição da Câmara Municipal de Portel.
Em sua homenagem, aqui fica registado
duas quadras soltas do Poeta Popular:


Deixa-te estar cantando
Não abales passarinho
O teu cantar me distrai
Porque eu vivo sozinho

Nada sei da tua vida
Pousado nesse raminho
Deixa-te estar cantando
Não abales passarinho

Joaquim Luís Ramos